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Pesquisadores sugerem mudanças na definição de câncer.

Durante os últimos trinta anos, novas técnicas para a detecção do câncer levaram a um aumento substancial do número de diagnósticos precoces. Ao identificar tumores antes que cresçam e se espalhem pelo corpo, os médicos aumentam as chances de cura do paciente. O grande número de exames realizados e o diagnóstico dos tumores em estágios cada vez mais iniciais também favorece a detecção de lesões pré-malignas — que ainda não são cânceres, mas podem vir a ser. Essas lesões frequentemente são enfrentadas como se fossem tumores malignos, mesmo aquelas de crescimento lento e baixo risco. Como resultado, muitos pacientes passam por tratamentos pesados para uma doença que poderiam nunca desenvolver.

Conheça a pesquisa

3CB3FB7218B44B30A6487FD06CB3C431Título original: Overdiagnosis and Overtreatment in Cancer: An Opportunity for Improvement.
Onde foi divulgada: periódico Journal of the American Medical Association.
Quem fez: Laura J. Esserman, Ian M. Thompson e Brian Reid.
Instituição: Universidade da Califórnia, EUA; entre outras.
Resultado: O Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, órgão que coordena o programa nacional de tratamento da doença, reuniu um grupo de três especialistas com o objetivo de elaborar um plano para melhorar os diagnósticos de câncer. O principal problema detectado pelos pesquisadores é o grande número de tratamentos desnecessários, voltados a lesões que ainda não tinham se tornado malignas

Por causa disso, um grupo de pesquisadores americanos publicou nesta segunda-feira um artigo na revista Journal of the American Medical Association em que propõem uma atualização da própria definição do que é — e o que não é — câncer. Segundo os cientistas, nos últimos anos houve um grande avanço no conhecimento da biologia e do desenvolvimento dos vários tipos de câncer. Isso possibilitaria uma mudança no modo como os diversos casos são encarados pelos médicos. “Hoje, reconhecemos que o câncer não é uma doença, mas um grande número de doenças diferentes. Temos que individualizar o tratamento baseados na biologia do tumor, evitando o tratamento desnecessário”, diz Laura J. Esserman, pesquisadora da Universidade da Califórnia e uma das autoras do artigo.

Os autores argumentam que a palavra câncer invoca a ideia de um processo comum a todos os tipos da doença e que leva inevitavelmente à morte. “Apesar de o entendimento da biologia do câncer ter mudado dramaticamente, a percepção por parte do público e entre muitos médicos ainda não mudou: ele ainda é percebido como um diagnóstico com consequências fatais, caso não seja tratado”, diz Esserman. Na verdade, há muitos tipos de câncer, e alguns tumores podem ficar inertes durante toda a vida do paciente. Os pesquisadores sugerem que esse tipo de tumor tenha outro nome: lesão indolente de origem epitelial (IDLE, na sigla em inglês).

Reunião de especialistas — As recomendações foram elaboradas por um grupo de três especialistas formado após reuniões do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, com o objetivo de traçar uma estratégia para melhorar as abordagens atuais de diagnóstico. Segundo os pesquisadores, os tratamentos desnecessários costumam acontecer, principalmente, nos casos de cânceres de mama, pulmão, próstata, tireoide e melanoma.

Entre as sugestões elaboradas pelos cientistas está a de reconhecer que os exames realizados hoje em dia vão detectar tanto cânceres graves quanto os indolentes e elaborar, de modo interdisciplinar, um critério para reclassificar as condições da doença. A chave seria melhorar as técnicas de diagnóstico existentes, identificando apenas os tumores que mereçam atenção médica. “Devemos individualizar os exames, focando os casos que podem levar a doenças agressivas e à morte”, diz Esserman.

As soluções elaboradas pelos especialistas ainda estão longe de chegar aos consultórios. Atualmente, na maioria das vezes, os médicos não têm como saber se um câncer vai se desenvolver ou não, e, com a vida do paciente ameaçada, acabam adotando a estratégia mais segura: combater os tumores que surgirem. “Nenhum médico quer fazer diagnósticos e tratamentos excessivos, mas, no atual estágio do conhecimento, a decisão de não tratar um paciente tem que ser muito bem pesada”, diz Maria do Socorro Maciel, diretora do núcleo de Mastologia do Hospital A. C. Camargo. O documento serve, no entanto, como um indicador do que deve acontecer com as pesquisas e os tratamentos do câncer nos próximos anos, cada vez mais voltados ao combate de tipos específicos de tumores.

Opinião de especialista

Maria do Socorro Maciel Diretora do Núcleo de Mastologia do Hospital A. C. Camargo.


“A pesquisa aponta um problema comum: os médicos detectam os cânceres de forma cada vez mais precoce, mas acabam descobrindo também lesões que não terão impacto na sobrevida do paciente. Com as melhorias na mamografia, por exemplo, temos uma detecção cada vez mais precoce dos tumores, mas descobrimos lesões que ainda não sabemos completamente como vão se desenvolver. Ninguém quer tratar desnecessariamente um paciente, mas, a partir do momento em que não sabemos como o câncer vai evoluir, a decisão de não tratar alguém é muito delicada.

“Nesse sentido, uma mudança na nomenclatura poderia até ser bem vinda, pois o paciente pode estranhar o fato de um médico decidir não tratar, mas apenas acompanhar um caso de câncer. O problema é que essa mudança na nomenclatura não pode vir antes de entendermos melhor como funcionam essas lesões. Os pesquisadores precisam estudar mais as heterogeneidades do câncer e dos pacientes, para decidir o que deve ser tratado ou não. Quando pudermos entender a evolução dessas lesões, aí sim veremos uma reviravolta nos tratamentos.

“Em seu artigo, os pesquisadores citaram o carcinoma ductal da mama in cito como um exemplo de câncer que deveria passar a ser chamado de IDLE. Ele é uma lesão formada por células que cresceram dentro do canal do leite. Só uma parcela deles vai realmente se transformar em um tumor invasor, mas ainda estamos apenas começando a entender sua biologia e não temos condição de saber quais podem acarretar metástase. Ele pode nunca se desenvolver e causar danos ao paciente, mas, ao fazer o diagnóstico, qual deve ser a decisão do médico? Hoje em dia, o tratamento mais utilizado tem sido retirar a lesão por meio de cirurgia. Enquanto os conhecimentos sobre a biologia desse tipo de tumor não aumentarem — e houver marcadores celulares que ajudem a saber quais têm maiores de condições de evoluir — o tratamento é a decisão que submete o paciente a menos risco.”

Fonte: Veja


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Saiba o que é e como age o HPV, causa de doença do ator Michael Douglas

Michael Douglas causou polêmica na imprensa de todo o mundo após ter revelado em entrevista que acreditava ter desenvolvido câncer na garganta por conta do vírus HPV, contraído por sexo oral.

img518abd9c094cb“É uma doença transmitida sexualmente”, disse Douglas, referindo-se ao vírus do papiloma humano (HPV). Michael Brady, médico especialista em saúde sexual, explicou que o sexo oral pode ter contribuído para o câncer do ator, vencedor do Oscar pelo filme Wall Street – Poder e Cobiça. No entanto, Brady deixou claro que é difícil indicar a prática como a única causa.

O astro, casado com Catherine Zeta-Jones, assume que ter fumado e bebido muito também podem ter contribuído para o desenvolvimento da doença contra a qual ele tratou com  quimioterapia por seis meses entre 2010 e 2011.

Conheça o papiloma vírus, conhecido como HPV e os tipos de câncer que esse vírus altamente transmissível pode causar:

1 – O papiloma vírus (HPV) é transmitido pelo contato sexual e, em mulheres, pode causar o câncer do colo do útero.

2 – O HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum nos Estados Unidos.

3 – O HPV pode ser transmitido tanto por homens quanto por mulheres, geralmente por contato genital. Também pode ser transmitido por parceiros do mesmo sexo, mesmo quando a pessoa infectada não apresenta sintomas.

4 – O HPV pode ser transmitido pelo sexo oral.

5 – Embora o câncer de garganta esteja relacionado a hábitos como beber e fumar, podem ocorrer casos da doença nas amídalas e língua que estão relacionados ao HPV.

6 – O câncer não é contagioso, mas o vírus sim.

7 – Nos Estados Unidos, o HPV é responsável por até 80% de tumores das amígdalas e na parte posterior da língua.

8 – O paciente típico é descrito como um homem saudável, entre 40 e 50 anos, não fumante.

9 – Na Grã-Bretanha, o número de cânceres de boca e da garganta aumentaram 40% em apenas uma década, equivalente a 6.200 casos por ano, segundo o “Cancer Research UK”, que atribui o crescimento ao HPV.

10 – Os sintomas de câncer na região bucal são úlceras persistentes, dor, manchas descoloridas e dificuldade de mastigação e deglutição.

11 – Homens são aconselhados a verificar nódulos no pescoço ao fazer a barba.8hpv

12 – Homens e mulheres devem prestar atenção na parte de trás da garganta enquanto escovam os dentes.

13 – Tratamentos como a quimioterapia, radioterapia e cirurgia são frequentemente bem sucedidos na boca e na garganta para os casos de câncer causados pelo vírus.

Confira o mapa do câncer no Brasil.

Fonte: Terra